Dia das Crianças tem resgate de brincadeiras antigas e menos tempo de tela no RS
12/10/2025
(Foto: Reprodução) Brinquedos antigos são opção de presente para o Dia das Crianças
Em meio ao avanço dos eletrônicos, brinquedos tradicionais voltam a ganhar espaço no Dia das Crianças no Rio Grande do Sul. Carrinhos, bonecas de pano, blocos de madeira e jogos de tabuleiro são algumas das opções escolhidas por pais que buscam estimular o desenvolvimento dos filhos longe das telas.
A professora Fernanda Cesa Ferreira da Silva Moraes, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, explica que brincadeiras clássicas ajudam no desenvolvimento de habilidades físicas, motoras e cognitivas.
“Essas brincadeiras mais tradicionais têm justamente essa lógica de desenvolver funções executivas, como foco, atenção e memória.”
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Ela destaca que essas atividades “não são obsoletas” e continuam sendo “superpotentes e estimulantes”. Em Porto Alegre, Arthur Freire, de 7 anos, prefere carrinhos e brinquedos musicais.
“Carrinho do Grêmio”, responde o menino ao ser perguntado sobre seu brinquedo favorito.
A mãe, Cecília Ramos Freire, conta que a escolha dos brinquedos está diretamente ligada ao desenvolvimento do filho, que tem síndrome de Down.
“A gente tenta trazer aquilo que vai desenvolver realmente esse cognitivo do Arthur, essa imaginação dele”, diz.
Segundo ela, brinquedos não estruturados ajudam a criança a criar suas próprias narrativas. “Ele gosta de carrinho, gosta muito dessa questão dos planetas, a imaginação dele viaja. Ele joga bola, vamos pra rua. É esse corpo que se movimenta.”
Em uma loja da capital, brinquedos antigos dividem espaço com lançamentos tecnológicos. A gerente Michelle Souza da Luz afirma que há uma procura crescente por jogos que incentivem a interação familiar.
“Indicamos bastante que comprem outros brinquedos para tirar as crianças das telas. Tem jogos que são uma boa indicação para a família brincar junto.”
O artesão Carlos Antonio Sebastiany, que fabrica jogos educativos em madeira, defende o equilíbrio entre o digital e o analógico. “Hoje, com a digitalização, o ideal é conciliar o analógico com o digital. O analógico dá embasamento com materiais concretos para a criança edificar conhecimento”, explica.
Para ele, há um resgate afetivo envolvido: “É gostoso ver que o jogo aproxima pai e filho.”
Estudos apontam que reduzir o tempo de exposição às telas e oferecer atividades lúdicas pode trazer benefícios para o aprendizado e o convívio social. Fernanda Moraes reforça que essas brincadeiras são “muito mais construtivas” e contribuem para um desenvolvimento saudável em todas as dimensões da infância.
Equilíbrio entre analógico e digital é aposta dos pais
Reprodução/RBS TV
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